O regime militar brasileiro no cinema: opressão e resistência
Autora: Professora Vanessa Maria Rodrigues Viacava - Ditec/Portal Dia a Dia Educação
1. Nível de ensino: Médio.
2. Conteúdo Estruturante: Relações de Trabalho e Relações de Poder.
2.1 Conteúdo Básico: Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções .
2.2 Conteúdo Específico: O regime militar brasileiro no cinema: opressão e resistência
3. Objetivo:
- Identificar os mecanismos de repressão e resistência ao regime militar após 1968;
- Reconhecer a guerrilha urbana como forma de resistência à opressão da Ditadura Civil-Militar;
- Conhecer a tortura como forma de opressão aos oponentes ao regime militar.
4. Número de aulas estimado: 2 aulas.
5. Justificativa
O estudo da fase mais violenta da Ditadura Civil-Militar – após a implementação do Ato Institucional n. 5 – consiste num tema consagrado no currículo da História e subsidia a compreensão dos conceitos fundamentais para o exercício da cidadania, especialmente a democracia e a liberdade de expressão e de imprensa. Com o AI-5 I as liberdades civis foram completamente suprimidas, e a fase mais violenta do regime se manifestou, inaugurando-se, então, os “Anos de Chumbo” e a resposta civil diante do AI-5 se deu pela ação armada. Com a instalação dos “anos de chumbo” se formaram grupos armados, as guerrilhas urbanas. Ao mesmo tempo, a repressão se armou para combater esse inimigo interno, criando mecanismos de repressão: o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), no Rio de Janeiro e a Operação Bandeirantes (Oban), em São Paulo.
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Conforme as Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Educação Básica do Estado do Paraná, "o ensino de história deve estar articulado a diversificação de documentos, como imagens, canções, objetos arqueológicos, entre outros, na construção do conhecimento histórico”. (PARANÁ, 2008, p. 53). Nesse sentido, esta sequência de aulas pretende aproximar os estudantes de determinados aspectos da fase mais agônica da Ditadura Civil-Militar por meio de trechos dos filmes: O que é isso companheiro? e Cidadão Boilesen. O uso de trechos de filme consiste num recurso metodológico interessante, pois o audiovisual instiga os estudantes a relatarem algum conhecimento prévio sobre o assunto estudado. Este ponto é fundamental no processo ensino e aprendizagem defendido pela “Educação Histórica”, campo de estudos que versa sobre o ensino de História defendida pelas Diretrizes Curriculares Orientadoras de História da Educação Básica do Paraná. (PARANÁ, 2009, p. 60). O cinema em sala de aula exige uma metodologia específica.
A bibliografia especializada indica algumas etapas para o bom uso do filme na escola. São elas, apresentação da sinopse, com a ficha técnica, curiosidades, prêmios, e elementos da linguagem cinematográfica, tais como: enquadramento, trilha sonora, posição da câmera, montagem, fotografia, entre outros. Assim, a exibição do trecho do filme deve estar articulada numa leitura mais sofisticada/complexa que a mera exibição do fragmento, conforme, enfatiza Marcos Napolitano: (...) propor leituras mais ambiciosas além do puro lazer, fazendo a ponte entre emoção e razão de forma direcionada, incentivando o aluno a se tornar um espectador mais exigente e crítico, propondo relações de conteúdo, linguagem do filme com os conteúdos escolares.” (NAPOLITANO, 2009, p. 15, grifo nosso).
Nesta sequência de aulas, o professor colocará questões aos trechos de filmes que discutam os conteúdos e os elementos da linguagem cinematográfica para instrumentalizar os estudantes a fim de discutir os mecanismos de repressão e resistência ao regime militar brasileiro após 1968. Aliada a essa metodologia para o uso dos filmes, as aulas são ministradas a partir da metodologia expositivo-dialogada, na qual “o aluno é envolvido, ativamente, no processo de explicação do conteúdo, seja por perguntas que lhe são lançadas, seja por exemplos que lhe são solicitados e pela possibilidade de participar com opiniões, colocação de dúvidas e expressão de sentimentos” (RONCA E ESCOBAR, 1984, apud FIGUEIRÓ, 2006, p. 7).
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6.
Encaminhamento
7
. Aprendizagem esperada
Ao final dessa sequência de aulas, espera-se que o aluno identifique os mecanismos de repressão e resistência ao regime militar brasileiro após 1968.
Referências
FIGUEIRÓ, Mary Neide Damico. Educação Sexual: Como Ensinar no Espaço da Escola in Linhas, v. 7, n.1, 2006.
LIMA, Indiara da Silva. A construção de uma memória do regime militar: uma análise do filme “O que é isso companheiro?”.
MAGALHAES, Marionilde Dias Brepohl de. A lógica da suspeição: sobre os aparelhos repressivos à época da ditadura militar no Brasil. Rev. Brasileira de História, São Paulo, v. 17, n. 34, 1997.
NAPOLITANO, M. Como usar o Cinema em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2009.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica. Curitiba: Seed, 2008.
RONCA, A. C. C.; ESCOBAR, V. F. Técnicas pedagógicas: domesticação ou desafio à participação? Petrópolis: Vozes, 1984.
RÜSEN, Jörn. Razão histórica. Teoria da história: os fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.