As marcas da escravidão africana no Brasil
Analisando reportagens de jornal sobre a desigualdade racialDinâmica sugerida para desenvolvimento da atividade:
- Levar para os alunos as três reportagens de jornal abaixo, por meio de projeção ou acesso aos links na Internet.
- Solicitar a leitura individual das matérias.
- Depois, realizar a leitura em voz alta, estimulando o debate sobre o conteúdo das notícias.
- Permitir as percepções e/ou inquietações dos alunos acerca das matérias de jornal.
Negros morrem mais de homicídio; brancos, de doença
Assim como indicadores de renda e escolaridade, o padrão de mortalidade também reflete a desigualdade racial no Brasil, de acordo com estudo feito por pesquisadores da UFRJ e divulgado em matéria de Antônio Gois, na Folha de S.Paulo (...)
Segundo o trabalho dos pesquisadores Marcelo Paixão e Luiz Carvano, desenvolvido entre 1999 e 2005, as principais causas de mortalidade de homens negros são externas, como homicídios. Já os brancos morrem mais por doenças.
Desde 1999, as taxas de morte por homicídios, HIV e tuberculose caíram em ambos os grupos, mas mais entre os brancos, conforme os dados do SUS (Sistema Único de Saúde) em que o estudo se baseou. A mortalidade de negras por problemas no parto supera a das brancas.
O percentual de mortes por causas mal definidas, indicador de atendimento médico mais precário, também é maior entre negros."
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u346872.shtml )
Notícia 2 - Folha de S. Paulo, 19/11/2007.
Brancos ocupam 4 vezes mais cargos executivos do que negros, diz Seade
Estudo realizado pela Fundação Seade, na região da Grande São Paulo, com base nas informações de outubro de 2006 a setembro de 2007, aponta que os negros e pardos ainda enfrentam dificuldades para ocupar os melhores postos do mercado de trabalho, quando comparado com os chamados não-negros, que incluem brancos e descendentes de asiáticos.
Segundo o Seade, a diferença se explica pela exigência das vagas de formação escolar elevada. Ainda segundo a fundação, o desemprego também é maior entre os negros (18,1%) na comparação com os não-negros (13,2%). Os negros correspondem a cerca de 36% da população em idade ativa na Grande São Paulo.
Dos negros e pardos empregados, 4,6% ocupam cargos de direção ou planejamento, sendo 2,2% como empresários, direção e gerência e 2,4% em posição de planejamento e organização.
Já entre os brancos empregados, 18,4% têm cargos de direção ou planejamento, sendo 8,4% como empresários, direção e gerência e 10% planejamento e organização. Por outro lado, há concentração dos negros em atividades onde os requisitos de qualificação profissional dependem menos da formação escolar do que da experiência no trabalho. Entre os empregados domésticos, 54,9% são negros e pardos e 45,1% são não-negros.
Na construção civil os negros representam 49,4% e os não-negros são 50,6%. Entre os empregados em geral, 65,1% são brancos e 34,9% são negros.
Para o Seade, no entanto, a atual situação dos negros no mercado de trabalho da região Metropolitana de São Paulo, ainda que desfavorável, não se mostra tão precária quanto foi no passado. "Atualmente, a universalização do ensino fundamental e o maior acesso aos níveis médio e superior de ensino por toda a população permitem supor que as diferenças, ainda importantes entre as oportunidades para negros e não-negros ingressarem e progredirem em sua vida profissional, possam ser superadas", afirma o estudo."
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u346752.shtml )
Notícia 3 - Estado de S. Paulo, 17/09/2010.
IBGE: diminui desigualdade racial no acesso à educação
Jacqueline Farid - Agência Estado
As desigualdades raciais no acesso à educação e no rendimento diminuíram entre 1999 e 2009, apesar de continuarem elevadas, segundo mostra a Síntese de Indicadores Sociais divulgada na manhã de hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto 62,6% dos estudantes brancos de 18 a 24 anos cursavam o nível superior em 2009, o porcentual era de 28,2% para os pretos e 31,8% para os pardos, de acordo com a terminologia usada pelo instituto. Os dados apontam, entretanto, que houve forte expansão nesse indicador para todos os grupos. Em 1999, esses porcentuais eram de 33,4% para brancos, de 7,5% para pretos e de 8% entre os pardos.
Em relação à população de 25 anos ou mais com ensino superior concluído, houve crescimento na proporção de pretos (subiu de 2,3% em 1999 para 4,7% no ano passado) e pardos (passou de 2,3% para 5,3%). No mesmo período, o porcentual de brancos com diploma passou de 9,8% para 15%. Ainda segundo a pesquisa, a população branca de 15 anos ou mais tinha, em média, 8,4 anos de estudo em 2009, enquanto pretos e pardos tinham 6,7 anos.
A Síntese mostra que os rendimentos de pretos ou pardos também continuam inferiores aos de brancos, embora a diferença tenha diminuído nos últimos dez anos. Os rendimentos-hora de pretos e de pardos representavam, respectivamente, 47% e 49,6% do rendimento-hora de brancos em 1999, passando a 57,4% (para pretos e pardos) em 2009.
As desigualdades estão presentes também no analfabetismo. A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 13,3% para pretos em 2009, de 13,4% para pardos e de 5,9% para brancos."
(Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,ibge-diminui-desigualdade-racial-no-acesso-a-educacao,611305,0.htm)
Professor, recomenda-se que os alunos registrem as discussões no caderno.
Essa atividade foi extraída da aula As marcas da escravidão africana no Brasil da professora Alinne Grazielle Neves Costa - Uberlândia/MG. Disponível no Portal do Professor/MEC. Acessado em: 15/07/2013. Todas as informações contidas nela são de responsabilidade do autor.