O fim da escravidão no Paraná - Encaminhamento
1ª Aula
Durante a exibição da fotografia, tirada em 1860 na cidade de Recife, o professor provocará os estudantes com as seguintes questões:
1) Quais são as pessoas fotografadas nessa fotografia? Como elas estão vestidas? Elas são parentes? Qual a relação entre elas?
Como resposta, espera-se que os estudantes percebam que o menino branco, que veste roupas costumeiras e é filho de um senhor de engenho ou de um rico comerciante de Recife, está ao lado de sua mucama. Ela usa uma roupa chique, diferente de sua vestimenta habitual, e um broche, provavelmente emprestado da família dele. A escrava em questão é a mulher que o amamentou desde seu nascimento, porque as mulheres da elite escravocrata não costumavam alimentar seus filhos.
Para um maior aprofundamento sobre a construção do conceito de infância e de família, sugere-se a leitura da obra de Philippe Ariès,
História Social da Criança e da Família.
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2) Pela imagem, é possível dizer que existe afetividade entre eles? Qual a postura/pose dos dois na foto?
A posição do menino, apoiando seu braço no corpo da ama e com seu rosto sob o ombro da escrava, indica uma relação de afeto. Por outro lado, a ama de leite está estática, com seu olhar fixo na câmera, e parece não se importar com o carinho do menino. O historiador Luis Felipe de Alencastro definiu assim essa postura da escrava: “Manteve o corpo ereto, e do lado esquerdo, onde não se fazia sentir o peso do menino, seu colo, seu pescoço, seu braço escaparam da roupa que não era dela, impuseram à composição da foto a presença incontida de seu corpo, de sua nudez, de seu ser sozinho, da sua liberdade” (ALENCASTRO, 1998).
É importante destacar que as fotografias eram tiradas pela manhã, quando as crianças estavam menos agitadas, porque a tecnologia da época exigia que os modelos ficassem imóveis por um bom tempo. Sendo assim, o carinho do menino não foi manipulado pelo fotografo, pode ser visto como um gesto natural, de aconchego naquela pessoa que ele conhecia desde a sua chegada ao mundo.
3) Essa foto pode representar as relações entre escravos e donos de escravos no Brasil?
Com essa questão, espera-se que os estudantes relativizem o carácter amoroso do relacionamento entre amas de leite negras e os meninos e meninas brancas. Embora exista uma teoria que compreende o Brasil como uma “democracia racial”, as relações entre africanos e senhores escravocratas no Brasil Colônia e Império não eram amenas, eram relações de poder assimétricas e os interesses econômicos prevaleciam.
- Para finalizar a discussão sobre as relações entre donos de escravos e escravos, os estudantes observarão as imagens de Johann Moritz Rugendas Castigos Domésticos e Negros do Porão.
Durante a observação das imagens de Rugendas o professor questionará os estudantes com as seguintes perguntas:
1) As obras de arte de Rugendas foram feitas nas primeiras décadas do século XIX. Nesse período já haviam leis de combate à escravidão no Brasil?
Os estudantes poderão acessar seus livros didáticos para responder essa questão. Eles verificarão que ainda não existia nenhuma lei que desaprovava a escravidão no Brasil.
2) Pela análise das duas telas, Negros no Porão e Castigos Domésticos, como podemos definir as relações entre escravos e donos de escravos?
Os estudantes observarão que os escravos sofriam castigos físicos constantemente e nos mais diversos contextos. Mas é importante observar que essas telas foram pintadas na primeira metade do século XIX e ainda não havia nenhum tipo de organização antiabolicionista no Brasil.
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2ª Aula
- Nessa segunda aula serão apresentadas aos estudantes, por meio de leitura coletiva, uma situação ocorrida no Paraná. Com a exibição desse fragmento de texto espera-se que os estudantes reconheçam a existência da escravidão no Paraná e se questionem sobre a natureza das relações sociais entre escravos e donos de escravos.
O artigo de Mirian Hartug,
Muito além do céu: Escravidão e estratégias de liberdade no Paraná no século XIX, problematiza as relações entre escravos e donos de escravos articulando valores humanitários e cristãos. A autora conclui seu artigo enfatizando a persistência de contradições insolúveis no Brasil do fim do século XIX, tais como: valores cristão e interesses econômicos, afetividade e violência, inferioridade dos negros e bondade.
- Para finalizar esta segunda aula, o professor fará uma provocação acerca do papel da princesa Isabel no fim da escravidão no Brasil, exibindo o vídeo Construtores do Brasil - Princesa Isabel, sem nenhuma explicação prévia.
Depois de exibir o vídeo, o professor enfatizará que esta produção se refere à princesa como “Redentora”. Mas o vídeo é contraditório, porque, ao mesmo tempo, enfatiza a importância de grupos de intelectuais abolicionistas para eliminar definitivamente este sistema de trabalho no País. Após a explicação, os estudantes assistirão ao vídeo novamente.
- Para concluir essa aula, os estudantes deverão elaborar uma pesquisa (em seus livros didáticos ou com o auxílio da web - caso o professor opte por lecionar essa aula no laboratório de informática) sobre os fatores internos e externos que favoreceram a assinatura da Lei Áurea em 1888.
Nome: Luciano Francioli
E-mail: francioli2@seed.pr.gov.br
Cidade/Estado: Nova Santa Barbara/PR
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Comentários/Sugestões: Muito oportuna essa aula, causa espanta em muitos, pois não identificam o Paraná como um estado escravista.
Nome: Fatima
E-mail: fatima.augusta@gmail.com
Cidade/Estado: Apucarana/PR
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