História
21/03/2011
Governo da Líbia anuncia que armará a população para a defesa do país
O governo da Líbia disse que irá distribuir armas para mais de um milhão de "homens e mulheres" com o objetivo de defender o país da intervenção militar estrangeira iniciada neste sábado (19/03), disse o Ministério da Defesa líbio, de acordo com a agência de notícias estatal. As informações são da agência Reuters e da rede multiestatal TeleSur.O ministério afirmou que as armas serão distribuídas por diferentes órgãos políticos e sociais em todo o país. "Todos aqueles que receberam armamento serão mobilizados em unidade populares, guardas populares e guardas revolucionárias”, disse a fonte.
A decisão foi tomada após o líder líbio, Muamar Kadafi, dizer em comunicado após o início dos bombardeios ocidentais que abriria os armazéns de armas para que a população se protegesse. Kadafi assinalou que os líbios terão acesso a todo tipo de armamento para fazer frente à "agressão dos cruzados".
"Vocês (EUA) pensaram que ganhariam no Iraque e no Irã, mas foram derrotados também na Somália e no Vietnã. Vocês não irão ganhar dessa vez também. Sairemos vitoriosos, sem dúvida alguma. Este é o nosso país", disse Kadafi, em alocução transmitida pela televisão estatal líbia.
Segundo ele, ao contrário dos EUA, a Líbia está preparada para uma "longa guerra" e que as forças aliadas ocidentais, não. "Estamos em nossa terra. Os líbios estão unidos atrás de um comando unificado. Vamos lutar em uma frente ampla", exclamou Kadafi, que garantiu vitória sobre os líderes aliados, qualificando-os de "selvagens e criminosos". "Esta (guerra) já não é um problema interno (da Líbia), mas um conflito entre o povo líbio e os novos nazistas".
Para o líder líbio, a vitória final de seu país é "inevitável" e todas as cidades acabarão se rebelando "contra esses atos característicos de um novo colonialismo". "Lutamos para defender nossa terra e nosso petróleo", exclamou Kadafi. "A vítima sempre acaba vencendo os bárbaros e o terrorismo", acrescentou.
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, almirante Mike Mullen, disse neste domingo que a operação militar "Odisseia do Amanhecer", iniciada no sábado, conseguiu impor uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), por sua vez, considera a possibilidade de se somar à operação militar na Líbia. Os detalhes operacionais são "praticamente a última fase antes da aplicação de um plano militar", afirmaram fontes da OTAN à rede multiestatal TeleSur. Uma vez aprovados, “ficará pendente a decisão sobre uma intervenção militar" da OTAN, algo que ainda não se sabe se será definido nesse domingo, disseram as fontes.
O Pentágono informou no sábado que navios de guerra e submarinos dos EUA e Reino Unido lançaram mais de 110 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra os sistemas líbios de defesa antiaérea e atingiram mais de 20 alvos.
Esta notícia foi publicada em 20/03/2011 no sítio operamundi.uol.com.br. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.