Disciplina - História

História

05/05/2015

Como se transformar em fóssil depois de morrer

Arqueólogos já descobriram vários fósseis de nossos ancestrais. Mas como os restos desses ‘‘tataravós" viraram história?

 As chances de preservação de corpos são mínimas e, mesmo que ela ocorra, não tem como saber quais ossos fossilizados serão descobertos no futuro.

"Nós temos um registro fóssil que representa apenas uma fração minúscula de todos indivíduos e espécies que já viveram no planeta. É um evento muito raro de se tornar um fóssil”, diz o diretor do departamento de paleontologia do Museu Americano de História Natural, Mark Norell, ao site Atlas Obscura.

Como são formados os fósseis Os fósseis são indicações de vida antiga de pelo menos 10.000 anos atrás (antes disso o material é considerado apenas restos ou provas). Mas para um fóssil se tornar um fóssil, o corpo deve ser enterrado sem proteção, o que é raro, afinal as técnicas de embalsamento modernas não permitem o contato corpo/terra - vide os caixões. Esse tipo de enterro geralmente só acontece por efeitos naturais, incluindo erupções vulcânicas, que enterram as coisas em cinza ou morrer perto de um rio, situação em que o corpo é coberto rapidamente.

Outro modo de fossilização é através de substâncias líquidas que se solidificam com facilidade, como piche ou resina. Mas a forma mais eficiente de fossilizar algo é através de minérios. A maioria dos fósseis são feitos quando a água rica em minerais interage com corpos em decomposição. Minerais, como sílica e calcita, são deixados para trás, às vezes dentro de células, e se solidificam graças ao tempo e pressão. Ossos mais resistentes são mais propícios a se tornarem fósseis, como por exemplo, dentes de mamíferos. É muito comum que a arcada dentária sobreviva intacta por mais tempo que os outros ossos. Essa condição explica, também, a escassez de fósseis de aves: a ossada das aves é muito frágil e, portanto, menos resistente.

Aspirantes a fósseis devem ficar atentos a vários fatores. O principal deles é o local de sepultamento. O marco ideal seriam as Grandes Planícies, no centro dos Estados Unidos. Lá tem tudo o que é preciso para um fóssil: o território é tectonicamente estável (evitando terremotos), bem drenado e com poucos rios. É provável que você fique do jeito que está por muito tempo. "Esses tipos de habitats são mais suscetíveis de preservar fósseis", diz Norell.

Então, se você quiser se tornar um fóssil e ficar marcado pra sempre nos livros de histórias de daqui 10.000 anos (ainda existirão livros?) como um exemplo de mau comportamento educacional ecológico, basta morrer de forma intacta, ser enterrado em algum lugar nas Grandes Planícies e (tentar) não perder nenhum dente no processo. ;)


Notícia retirada do site http://revistagalileu.globo.com. Todas as informações nela contidas são de responsabilidade do autor
Recomendar esta notícia via e-mail:

Campos com (*) são obrigatórios.